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Além de meu trabalho em desenho e pintura, como artista visual, também atuo com e para pessoas. Nos últimos anos, tenho feito pesquisas que dialogam com grupos, temas da coletividade e processos de criação. Dessa forma, surgiu a possibilidade de flertar com algumas outras áreas, como a educação e a saúde. Também poderia se dizer que, nessas ações com as pessoas, há uma intenção de experimentar de forma artística e política as relações individuais e de grupo que se estabelecem de maneira transdisciplinar, em encontros artísticos e processo criativo num ambiente de ateliê.  

Um dos espaços que tenho atuado desse modo, tem sido o espaço institucional, que, no que diz respeito aos seus limites e necessidades, se utiliza do termo arte-educação para nomear a área na qual atuo institucionalmente. E, em sintonia com um dos temas de minhas pesquisas em desenho e pintura, nos últimos (quase) três anos oriento pesquisas e investigações num ateliê que recebe crianças, adolescentes e jovens. Para mim, muito mais do que esta nomeação (arte-educação) que parece se fazer necessária em alguns meios como o que realizo este trabalho, há a sorte de termos uma certa liberdade de experimentar os mais variados aspectos de relação que se fazem possíveis num espaço coletivo em constante transformação.

Nos encontros artísticos com as crianças, adolescentes e jovens no ateliê, praticamos um trabalho de pesquisa e investigação artística das diferentes possibilidades que os encontros proporcionam. Paralelamente a isso, estes encontros também pressupõem um trabalho de amadurecimento, conhecimento e transformação do grupo e do espaço em que atuamos.

Estes projetos são também um exercício de sempre transformar e refletir sobre a minha declaração como artista. Procuro, nele, afinar a cada dia um pouco mais os meus aprendizados e fortalecer as minhas pesquisas. Ser artista é a forma que escolho para compreender o mundo e, lidar com novas formas de transitar dentro de outras áreas, como a educação e a saúde, tem sido uma oportunidade de exercer os meus questionamentos como artista e, por consequência, atuar politicamente.

Aqui, há uma tentativa de registrar e organizar esta pesquisa e prática, de me inspirar e de compreender o percurso do meu processo e das trocas artísticas que vivenciamos (eu e os participantes do ateliê) semanalmente.

Juliana Cordaro

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